domingo, 15 de fevereiro de 2009

Amor antigo, companheiro de viagem...

Este casaco me acompanha nas viagens friorentas desde dezembro de 1992, mais de quinze anos, não é mesmo? Como o tempo passa! Comprei em uma liquidação em Barrow-in Furness, uma cidadezinha litorânea do norte da Inglaterra, onde passamos o Natal na casa de Juan e Hillary.

Como chegamos lá? O Zé estava fazendo mestrado em Cardiff, País de Gales e fomos visitá-lo. A universidade oferece uma lista de famílias que recebem estudantes estrangeiros por breves períodos festivos e lá fomos nós passar um típico Natal inglês.

Barrow é uma base naval inglesa, muito castigada na segunda guerra pelos bombardeios alemães. A estação de trem da cidade mostra bem isso. Apenas uma parede sobrou da antiga construção e está lá pra mostrar o que é a guerra. (Na foto ao lado estou atacando uma baguete, no Jardim de Luxemburgo, em Paris. É abril de 2006 e a Bebel está comigo. Dali uns dias estaríamos seguindo para a Itália)

Saimos para fazer compras e lá na Inglaterra as liquidações do Natal, por incrível que possa parecer, começam antes do... Natal. Duas samanas antes já estão vendendo a preço de quase nada enfeites natalinos e roupas de frio. Não é que eu tenha me encantado particularmente por este casaco, mas o Juan me mostrou as propriedades que tinha, além disso custava bem pouco. Levíssimo, o acolchoado fino é feito de uma fibra que armazena calor. Desta forma não é preciso se colocar aquele monte de roupa por baixo que transforma qualquer corpo de miss como o meu em um verdadeiro balão.

Na foto acima estou encolhida de frio - é que tinha tirado o casaco para experimentar a temperatura real, já que o dia era belíssimo - tendo como cenário a Fonte dos Medicis, também no Jardim de Luxemburdo, um dos recantos mais lindos de Paris.

O tecido é de um estampadinho floral bem brega meio escondido, no caso do meu, por um tom esverdeado predominante. Havia também em tons azul, rosa e marrom. Sei que saí da loja feliz com meu achado para encontrar dezenas de semelhantes pelas ruas de Barrow, no mesmo dia. Mas se as inglesas não se abalavam com isso por que eu iria de?

Pois bem, desde então, esse casaco é meu companheiro dileto e acho que por toda a vida porque tem um estilo que não sai de moda. E se uso com um cachecol preto, um sapato melhor, fico até bastante apresentável. E o melhor de tudo: é super confortável. Não se fica com aquela sensação de estar carregando o mundo nas costas, como acontece com os casacos tradicionais. Além disso, é à prova de umidade, fundamental quando se viaja para o norte da Europa ou mesmo Paris, uma cidade de muito vento.

Clara Favilla
26/09/2008

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