domingo, 15 de fevereiro de 2009

Reclamações de filha ...


Texto e fotos da Bebel:
Estou fazendo hora pra ligar pra casa. Minha mãe pediu que eu ligasse em meia hora. Fato inédito. Meu coração apertou. Nenhuma mãe com filha milhares de quilômetros distante e um oceano de separação tem esse direito. Já os filhos, voam pra bem onde entenderem e quando quiserem, sim, claro.

O que me frustrou foi que eu, quando ligo, é porque realmente quero falar. Falar, voz, escutar. Chega dessas letrinhas, 'clara estádigitando mensagem', esperas e falhas na conexão. Tem horas que só o bom e velho telefone resolve.

Após 3 minutos: ai... filhinha, o problema é que ta tudo queimando, me liga daqui a pouco?

-Daqui a pouco quanto?

-Meia hora.

Meia hora! tempo demais. Queria era contar logo que fiz uma comidinha
deliciosa e que fiquei feliz com isso.

Nunca gostei de cozinhar. Não me considero nada talentosa e, como sou preguiçosa, na vida sempre fiz e continuei a fazer só o que era mais fácil mesmo. Fato é que, com a viagem dos meus 'roomates' essa semana, aproveitei bem mais a cozinha, em vários sentidos. explicação segue...

Quando se divide casa com 'estranhos', com isso me refiro a gente que não seja família, tudo fica mais complicado. Bem, pelo menos pra mim fica. Mudo muito de acordo com o meio. Camaleônica, sem personalidade? Ainda não decidi. O que vinha ocorrendo é que eu não estava usufruindo da cozinha como poderia.

Cozinhava rápido, uma mistureba qualquer, uma salada, macarrão, coisas assim, que sempre fiz, com o agravante de ter que ser mais rápido,mais gente querendo usar o espaço, mais gente no espaço.

Essa semana fiz tudo no forno, carne, peixe, fiz sopas, bem mais devagar.

Porém o problema mais sério é uma das minhas roomates fazer da cozinha seu escritório. Acho que terei que me estender e explicar toda a situação. Na verdade, moro com um casal. Um casal muito legal, músicos também. A sala é ocupada 90 por cento do tempo por ele, que tem o cravo ali, livros, computador, etc. Ela tem um quarto pra si, onde estuda violoncelo quando precisa. Eu também toco no meu quarto e tenho a cozinha... onde ela cisma que é super bacana (na falta de uma expressão melhor) navegar com seu notebook. Não apenas navegar eventualmente. Na semana antes de viajarem, ela organizou todos os concertos, traslados, alojamento, toda a produção do projeto, na cozinha. Isso implica em telefonar da cozinha, papéis na mesa da cozinha, reunião entre os dois, na bendita cozinha. E eu, sei lá porque complexo que deus me deu ou eu me encarreguei de desenvolver, comia rapidamente, cozinhava (se cozinhava), fazia meu chá e levava pro quarto.

Ou seja: liberei geral, não reivindiquei meu espaço, afinal, não sou obrigada a ficar confinada no quarto. Viva a conexão sem fio? Pois ela também poderia usufruir disso no quarto de estudo dela.
Amanhã ele, apenas ele, chega. Vou continuar a escrever da cozinha. Provavelmente, quando ela chegar o confinamento ao quarto voltará!

Sexta-feira, Julho 04, 2008

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