
Acabo de ser demitida pela primeira vez na vida. Em vão procurei alguém online pra partilhar a experiência. Meu dia hoje se resumiu a isso: acordei, comi, me alonguei, fiz alguns exercícios, tomei banho, falei com meu namorado, toquei 2 horas de fagote, almocei, saí para trabalhar e voltei demitida. Ainda tinha um outro compromisso agora à noite do qual também fui dispensada, ou seja, demissão dupla. Dez minutos de intervalo entre uma e outra. Que dia!
Não sei como me sinto. Eu queria deixar esse emprego depois das férias de verão de qualquer forma. Estava apenas esperando a hora. Meu exame se aproxima, ando ansiosa. Minha mãe já me havia dito que deixasse esse trabalho. Eu disse que não podia, não queria deixar a mãe das crianças sem ajuda tão de repente. Agora isso!
Na verdade, quando comecei, a mãe disse que o ideal seria eles ficarem na escola até ela poder ir buscá-los e que isso estava sendo providenciado para dali um tempo. Aparentemente foi providenciado antes até do que ela esperava. Já na segunda, disse ela com alguma pena, não sou mais necessária. Como explicar que algo que eu queria me deixe chateada?
De repente olhei praquelas crianças bochechudas, branquelas com seus cachinhos dourados que tanto me fizeram sofrer nos últimos meses e fiquei triste. Não vou mais vê-los, nunca mais. Parece que vão embora da Holanda em novembro, nunca mais mesmo. Venho de um período cheio de não ver nunca mais pessoas. A vida aqui é cheia disso. As pessoas vem, estudam, trabalham, vão. Já perdi a conta de quantos colegas quase amigos tive e não vou ver nunca mais provavelmente. O número só vai aumentar com os anos que me restam aqui.
Mas não era disso que eu queria falar. Queria me concentrar na sensação de ser demitida que é como a de ter terminado um namoro ruim. Ou melhor, que tivessem terminado comigo. Coisa que nunca aconteceu, mas agora eu sei como é de certa forma.
Eu contava com aquele esquema, por mais maçante que fosse. Obviamente contava também com o dinheiro. Não sei se é isso que me chateia no fim das contas? Realmente espero que não.
Estou livre para estudar o quanto quiser, agora não tenho desculpa para não preparar bem o exame. Estou livre e triste. Não combina.
Isabel Favilla
Terça-feira, Junho 03, 2008
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